terça-feira, junho 01, 2004

Eu não sou de ninguém...

Eu não sou de ninguém!... Quem me quiser
Há de ser luz do sol em tardes quentes;
Nos olhos de agua clara há de trazer
As fulgidas pupilas dos videntes!




Há-de ser seiva no botão repleto,
Voz no murmúrio do pequeno insecto,
Vento que enfuna as velas sobre os mastros!...


Há-de ser Outro e Outro num momento!
Força viva, brutal, em movimento,
Astro arrastando catadupas de astros


Florbela Espanca